Fiquei abismado ontem ao ouvir no rádio que o Clube de Regatas Tietê encerrou as suas atividades após 105 anos de muita história.
O clube fica ao lado do rio xará bem em frente ao Espéria e antes da existencia da Marginal suas instalações iam até a margem e nas águas do rio eram organizadas as competições de natação, remo e afins.
O Clube, da qual sou sócio, está afundado em dívidas e a um tempo atrás em um ato de desespero ligava aos sócios que não frequentavam o local a muito tempo (caso deste que vos escreve) cobrando um valor absurdo de ‘mensalidades” vencidas, mas inexistentes. Agora a Prefeitura quer de volta o terreno de nada menos que 50 mil m², pois é cedido em forma de concessão e informa que vai usa-lo para o fim a que sempre se destinaram, que era o fomento do esporte. Particularmente acredito que assim como o Clube da Telesp este será mais um que se transformará em um mar de prédios.
O clube faz parte da história do esporte nacional tendo a PRIMEIRA PISCINA OLÍMPICA DA AMÉRICA LATINA e foi representado por ninguém menos que Maria Lenk e Maria Esther Bueno (Que tem uma estátua na entrada do clube muito bonita).
Uma parte imensa e extremamente feliz da minha infancia se vai… Lá treinei natação por 7 anos, defendi o time de futebol de salão, fiz parte do time de volêi (Sim, volêi, era levantador e libero em uma época que esta posição não existia ainda). Em um período em que as minhas preocupações eram passar de ano na escola e baixar o tempo na piscina (e achava que era muito) e que acordava bem cedo no sábado para pegar a mala e subir no 177C Clínicas – Jardim Brasil (que também não existe mais) para chegar antes de todos e conseguir um lugar legal na piscina e um armário nos vestiários. Foi lá que eu assisti à fatidica corrida de 01/05/1994 na sala de leitura e TV, e que colocou todos de luto, pois Senna também era sócio.
Mas a má administração e principalmente o fato de que hoje todo prédio ter uma piscina, uma quadra e uma academia de ginástica e que não precisa mais pegar o carro ou o 177C, basta descer no elevador.
É triste, mas o clubes vão ficar no passado da cidade e das pessoas.